25 DE NOVEMBRO DE 1975

“NÃO NOS ESQUECEMOS”
25 de novembro de 1975
RELATÓRIO DE OPERAÇÕES DE 25 E 26NOV75
MISSÃO
Durante o período de 25 e 26 de Novembro de 1975, depois de conhecida a condição de insurreição armada, com sedição de algumas Unidades do Exército e da Força Aérea e sob ordens do Comando Operacional, instalado pelas autoridades legítimas no Regimento de Comandos, na Amadora, este recebeu missões operacionais com a finalidade de repor a legalidade.



Relatório de Operações de 25 e 26nov75
MISSÃO
Em 25 de Novembro, às dezassete horas:
– Cercar o Quartel do Grupo de Deteção, Alerta e Conduta da Interceção (GDACI), em Monsanto;
– Aprisionar todos os elementos lá existentes;
– Capturar todo o material;
– Aniquilar, se necessário, qualquer resistência, / apoderar-se, manter a segurança e desligar a antena da RTP em Monsanto.
Em 25 de Novembro, às vinte e três horas: (após decretado pelo Presidente da República o recolher obrigatório em toda a área da Região Militar de Lisboa)
Dispersar a população concentrada frente ao Palácio de Belém.
Em 26 de Novembro, às cinco horas:
– Cercar o Quartel da Polícia Militar, na Ajuda;
– Desmotivar todo o pessoal lá existente e capturar ou abater qualquer elemento que oferecesse resistência;
– Prender os responsáveis pela sublevação do Regimento, / se até às 08h00 não houvesse desistência da insurreição;
– Manter a segurança do quartel depois de ocupado.
COMPOSIÇÃO E ARTICULAÇÃO DAS FORÇAS
CMDT: Cor Graduado Inf “Cmd” Jaime Alberto Gonçalves das Neves
CCMDS 112: Cap Inf “Cmd” António José Afonso Lourenço
CCMDS 113: Cap Art “Cmd” Manuel António Apolinário
CCMDS 121: Cap Miliciano “Cmd” José Manuel Sousa Gonçalves
CCMDS 122: Cap Miliciano “Cmd” Manuel Jorge Sampaio de Faria
1975
DESCRIÇÃO DAS ACÇÕES

Todas as ações com vista ao cumprimento das missões cometidas ao Regimento de Comandos, foram diretamente comandadas pelo Comandante, Coronel Graduado Inf “Cmd” Jaime Neves. Para o cumprimento da 1.ª missão, em 25NOV, as Companhias de Comandos 121 e 122, reforçadas com 01 Pelotão de Artilharia Anti-Aérea do Centro de Instrução de Artilharia Anti-Aérea de Cascais, / constituindo um Agrupamento de Comandos sob o Comando do Cmdt do Regimento, / deslocaram-se às dezoito horas do dia 25 de Novembro de 75 pela estrada SINTRA – LISBOA – AUTO-ESTRADA – ROTUNDA DE MONSANTO. |
Na rotunda de Monsanto estava 01 viatura chaimite das Forças sublevadas, cuja tripulação, à aproximação das nossas tropas, debandou, abandonando a viatura. Para o cumprimento da 2.ª missão, foi nomeada a CCmds 113 que, à uma hora do dia 26 de Novembro de 75, dispersou uma concentração de populares que se encontrava no largo fronteiro ao Palácio de Belém. O cumprimento da 3.ª missão foi atribuído às CCmds 112 e 113, constituindo um Agrupamento de Comandos, sob o comando do Cmdt do Regimento. |


A Força articulou-se em 3 colunas no cruzamento de Monsanto: – A CCmds 112 dirigiu-se para o Regimento de Polícia Militar pelo lado superior da Calçada da Ajuda; – A CCMDS 113 pela Rua do Museu da Agricultura; E a 3.ª coluna, comandada pelo Comandante do Regimento, pela frente do Regimento de Polícia Militar, aproximou-se pela parte inferior da Calçada da Ajuda. Pelas oito horas e sete minutos, quando as colunas se aproximavam das suas posições, a partir do Regimento de Polícia Militar e do antigo Quartel de Cavalaria 7, / as Forças sublevadas abriram fogo, ao qual as Forças “COMANDOS” ripostaram preparando o assalto. A CCmds 112 dirigiu-se para o Regimento de Polícia Militar pelo lado superior da Calçada da Ajuda; |
As Forças “COMANDOS” depois de atingirem as posições de cerco suspenderam o fogo, cercando os quartéis ocupados. Esta ação demorou cerca de 20 minutos e no decorrer dela foram mortalmente atingidos, primeiro o FURRIEL MILICIANO “CMD” JOAQUIM DOS SANTOS PIRES da CCMDS 113 e depois o TENENTE INF “CMD” JOSÉ EDUARDO OLIVEIRA COIMBRA da CCMDS 112. Arrombou-se então o Portão de Armas da Polícia Militar com uma chaimite e exigiu-se a apresentação dos responsáveis pela sublevação. Só então do Quartel da Polícia Militar foi suspenso o fogo. Os responsáveis pela sublevação, foram presos e conduzidos sob escolta ao Palácio de Belém.” |









MILITARES TOMBADOS
1975
A 10 de Outubro de 1975, após aprovação do Conselho da Revolução, é puplicado o Decreto-Lei N.º 577/A/75 de 08 de Outubro, e dá inicio à convocação de militares na Reserva de Disponibilidade, ( os designados de Convocados) necessários para a formação de 3 Companhias de Comandos, que formariam as Companhias de Comandos N.º 121 e Companhia de Comandos 122 do Batalhão de Comandos 12. No início de 1976 é criada a Companhia de Comandos N.º 123 que também faria parte do BCmds. Os Comandos ficaram conhecidos pela sua intervenção decisiva e vitoriosa no contra-golpe do 25 de Novembro de 1975 que terminou com o chamado Processo Revolucionário em Curso (PREC). |


OS CONVOCADOS







FILME


1975
AMADORA
O Regimento de Comandos é criado em 01 de Maio de 1975, por Despacho N.º 30/REO de S. Exa. o General Chefe do Estado-Maior do Exército, confirmado pelo Decreto-Lei N.º 181/77 de 04 de Maio. Para o efeito é Graduado no posto de Coronel, o então Comandante do Batalhão de Comandos N.º 11 o Major de Infantaria “Comando” Jaime Alberto Gonçalves das Neves. |


O Regimento de Comandos englobava: – Comando e Estado-Maior – Batalhão de Comando e Serviços (BCS) Companhia de Comando – Cap Inf “Cmd” Horácio da Silva Ferreira Companhia de Serviços – Cap Inf “Cmd” Manuel António Melo e Silva Companhia de Transporte e Manutenção – Cap Inf “Cmd” Carlos Mourato Nunes – Batalhão de Comandos 11 (BCmds 11) Companhia de Comandos 111 – Cap Inf “Cmd” Rui D. Guerra Ribeiro Companhia de Comandos 112 – Cap Inf “Cmd” Francisco G. Freire Companhia de Comandos 113 – Cap Mil “Cmd” António J. A. Ribeiro da Fonseca – Batalhão de Instrução (BInstr) 1.ª Companhia de Instrução – Cursos de Comandos 2.ª Companhia de Instrução – Formação de Especialidades |

MILITARES TOMBADOS
1974
Após o conflito ultramarino, a partir de 1974, as unidades de COMANDOS são integradas no Batalhão de Comandos, sediado no quartel da Amadora. |



Em 05 de Agosto de 1974 o Presidente da República o General António Sebastião Ribeiro de Spínola, realizou uma visita ao Batalhão de Comandos N.º 11, aquartelado no Quartel da Amadora. |
1975

Em 1 de maio de 1975, é criado o Regimento de Comandos (RCMDS) que passa a englobar, na sua orgânica, um Batalhão de Comando e Serviços, um Batalhão de Instrução e dois Batalhões de Comandos, tornando-se a unidade operacional de reserva à ordem do Chefe do Estado-Maior do Exército. |
1993
Em 1993, o Regimento de Comandos é extinto e a especialidade Comando é temporariamente suspensa. |

1996

Em 1996, decorre em Lamego, o 99.º Curso de Comandos para Oficiais e Sargentos do Quadro Permanente, com a finalidade de manter um conjunto de Oficiais e Sargentos com a especialidade COMANDOS |

Força de primeiro emprego do Exército orientada para Teatros mais exigentes





